DESERTO - ESCOLA DA ALMA, CORPO E ESPÍRITO
Não há na Bíblia nenhum homem que teve um ministério próspero e reconhecido sem ter passado pelo deserto, e todos que tentaram assumir posições, sem a devida formação, foram lançados por terra.
O alvo de Deus para nossas vidas é que sejamos completamente aprovados em nossas atitudes, nas motivações do nosso coração, que sejamos a expressão de Cristo para as pessoas no Seu quebrantamento, amor e brandura.
Mas como homens duros, obstinados, arrogantes e cheios de si podem chegar a essa posição de expressarem Cristo? Como serão quebrantados? Através dos tratamentos de Deus. Dentre estes, os mais eficientes são o deserto e as circunstâncias.
O que é deserto?
O deserto aponta para uma fase em nossas vidas determinada por Deus para nos amadurecer e nos aprofundar no relacionamento com Ele. É um tempo difícil para a carne e para o ego, pois normalmente o deserto vem para golpeá-los.
A Bíblia nos diz que Deus é Pai, que nos ama e zela por nós com grande cuidado.
Quando estamos no deserto, normalmente nos entristecemos achando que Deus não nos ama, não nos ouve e que nos rejeitou. Mas é exatamente o contrário!
Não gostamos do deserto porque somos infantis no conhecimento de Deus. Tal como as crianças nós gostamos do que é agradável, mas detestamos o que nos causa desprazer.
DESERTO É TEMPO DE PRESSÃO
Só somos totalmente conhecidos quando colocados sob pressão. E esta pressão vem primeiro para que se torne conhecido o que realmente somos. Nós achamos que nos conhecemos bem. Que engano!
Nesse processo de nos conhecermos, a auto-análise e a introspecção só atrapalham pois as suas cogitações vêm da mente, com conceitos totalmente deturpados. A auto-análise gera orgulho ou sentimentos de inferioridade, é carnal e altamente nociva.
O que somos, somos. O que fingimos ser, cai à vista de todos. Toda a nossa carnalidade fica exposta.
Sem passarmos pelo deserto, tomaríamos para nós toda a glória que pertence a Deus, pois não éramos confiáveis. Quando, sob a menor pressão, nos tornávamos incrédulos, murmurávamos e abandonávamos tudo. Após o deserto as coisas mudam.
Por muitas vezes, diante das nossas adversidades desejamos a presença de amigos, pastores e discípulos. Muitas vezes desejamos a intimidade de grandes homens de Deus, mas em todas estas ocasiões somos frustrados por Deus.
Chega um tempo em que já esperamos tanto do homem sem nada receber que nos desiludimos.
Na solidão do deserto parece que não há mais ninguém com quem podemos contar. Todas as pessoas se tomam distantes, impessoais e parecem não nos compreender. Isso é obra de Deus. Ele quer se tornar o nosso amigo mais íntimo, nosso companheiro de todas as horas, o ombro amado onde choramos as nossas tristezas.
Bendita perda; bendito ganho!
DESERTO É LUGAR DO ESGOTAMENTO DA ALMA
No deserto não há água, não há vida, não tem descanso. Só calor e exaustão. Nossas energias naturais vão se esgotando pouco a pouco até não haver mais nenhuma força, nenhum ânimo, nenhum entusiasmo.
O tempo do deserto é tempo sem sabor, sem cor, sem novidade, sem sentimento. Deus retira todos os estímulos naturais que nos animavam no natural. O alvo de Deus é nos livrar da dependência da nossa vida natural e nos capacitar a depender inteiramente do Seu Espírito.
Enquanto temos estímulos de todas as formas, não precisamos depender de Deus. Fazemos tudo no entusiasmo da alma. Com esse tempo, o alvo de Deus é retirar os estímulos a fim de andarmos nas nossas próprias forças e nos exaurirmos completamente.
Quantos homens e mulheres de Deus passam por períodos de estafa!! O que caracteriza esse esgotamento é a exaustão de todas as energias da alma. Às vezes até oramos por tais irmãos para que Deus os restabeleça.
Se andarmos baseados em nossa vida natural, não estamos andando por fé e nem no Espírito. Chame como quiser, mas a Bíblia diz que isso é andar na carne.
Não percebemos que, ao nos impormos, estamos fora do padrão do caráter de Cristo e nos endurecemos contra os tratamentos de Deus, pois justamente aquilo que mais nos incomodou era a mão de Deus nos tratando.
p/ Pra. Mara Barbosa