ADVERSIDADES - DISCIPLINA DE DEUS
“O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.” (Prov. 15:32).
Quando o fogo cai sobre a madeira, a destrói; quando cai sobre o ouro, o purifica. O fogo é símbolo da disciplina divina, das provações e adversidades que aparecem na vida. Precisamos entender que a disciplina divina não é como o castigo humano. Nada que traz dor, lágrimas e tristeza nasce na mente divina. Deus só é o autor de coisas boas.
Se eu rejeitar a disciplina, coloco-me numa estrada perigosa. “Menospreza a sua alma”, adverte Salomão. Nada acontece neste mundo sem a permissão divina e, se Ele permite que a adversidade bata à porta do coração, é porque deseja que escrevamos capítulos mais brilhantes de nossa própria história. Teologicamente, a adversidade chega na vida do filho de Deus porque o Senhor quer despertá-lo para o perigo que se aproxima.
O verbo hebraico ma’as que Salomão usa, e que é traduzido como “rejeita”, em português, significa literalmente sentir-se revoltado, incomodado, não estar de acordo. Não é assim que nos sentimos cada vez que as coisas não saem como queremos? E, no entanto, essa aparente adversidade é o instrumento que Deus usa para livrar-nos de tragédias maiores.
Se aceitamos a prosperidade e a alegria, dons preciosos de Deus para fazer-nos felizes, não deveríamos também aceitar que o Senhor nos acorde para a realidade, quando a nossa humanidade nos leva a adormecer no volante das circunstâncias favoráveis?
Nenhuma dor é permanente. Nenhuma adversidade dura para sempre. Não para os filhos de Deus. Porque o objetivo não é destruir, e sim educar e edificar. A dor que você vive neste momento é passageira. Amanhã será um novo dia. O sol brilhará de novo e você terá crescido na sua maneira de ver a vida. Atenda à repreensão com humildade.
Por isso, hoje, mesmo que as coisas não estejam todas cor-de-rosa, mesmo que no céu haja nuvens ameaçadoras, vale a pena lembrar-se do conselho divino: “O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.”
Deus pode usar para nos abençoar pessoas às quais nunca demos atenção e que, orgulhosamente, julgávamos insignificantes, sem cultura, sem nada para nos oferecer como ajuda.
A Bíblia narra um acontecimento assim
Naamã, general comandante do exército da Síria, muito respeitado pelo rei porque havia vencido uma guerra muito importante, ficou leproso. Àquela época essa doença não tinha cura, pois não havia remédio para ela e era cercada de preconceitos. A doença veio de repente e se abateu sobre Naamã e sua família como uma tragédia. Um homem de ação estava com uma doença que aos poucos iria impondo-lhe muitos limites.
Na casa do general Naamã vivia uma menina israelita, que havia sido levada como escrava quando o exército comandando pelo general invadira Israel. A menina estava servindo a esposa de Naamã. Ao saber que o seu senhor (dono) estava doente não pensou que ele estava pagando todo o mal que fizera a ela e a seu povo. Quanto sofrimento aquela menina deve ter enfrentando longe da sua família e do seu povo...
A menina escrava havia experimentado a dor e a aflição e se mostra sensível ao sofrimento do general. Não pensa em vingança, mas oferece aquilo que tem: seu conhecimento. Ninguém pedira coisa alguma à menina-escrava, pois ela era tão insignificante diante do general e do seu gravíssimo problema. Mas, movida por compaixão, ela tem uma atitude amiga: ela diz à sua senhora que na terra de Israel, naquela época, havia um profeta de Deus, que podia curar o general.
Naamã não pensou duas vezes. Ao saber dessa possibilidade foi imediatamente ao rei que lhe deu uma carta para o rei de Israel e lhe deu um rico presente para o rei e para o profeta de Deus.
A carta do rei da Síria era atrevida, pois se dirigia a um rei vassalo e exigia que ele curasse o general. O rei de Israel foi tomado de pavor, pois sabia que não podia curar o general, então supôs que isso fosse uma estratégia para a Síria invadir o seu país e destroná-lo.
A notícia do pavor do rei se espalhou pelo país e chegou até Eliseu, o profeta de Deus, que mandou um recado ao rei dizendo para mandar o general ao seu encontro.
O general chegou à casa de Eliseu com muitos homens a cavalo e ele numa bela carruagem. Eliseu nem foi lá recebê-lo. Mandou um mensageiro dizer ao general o que ele deveria fazer para ficar curado.
O profeta Eliseu não mandou o general fazer nada de complicado nem difícil. Mandou-o mergulhar sete vezes no rio Jordão. Diante da audácia do profeta, o general ficou indignado, pois afinal ele era um homem muito importante e devia ser recebido pessoalmente pelo profeta, que por certo, esperava ele, passaria a mão sobre os lugares onde a doença já se manifestava, invocaria a Deus e aí o milagre aconteceria.
CONCLUSÃO
É certo que Deus não nos desampara na adversidade, mas precisamos ser sensíveis para receber a bênção que ele quer nos dar, pelos canais que ele quiser usar.